Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel na pandemia é tema de projeto da professora Keyla Cristine do Nascimento do Departamento de Enfermagem da UFSC
O projeto Enfrentamentos dos profissionais de saúde que atuam no serviço de atendimento pré-hospitalar móvel: contribuições e desafios na pandemia por Covid-19 partiu da experiência profissional da professora Keyla Cristiane do Nascimento, do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que atuou nos serviços do Samu e Arcanjo. O contexto da pandemia fez surgir muitas dúvidas por parte dos profissionais da Saúde em relação ao preparo da ambulância para atendimento, à paramentação dos profissionais (uso de equipamentos de proteção individual) e protocolos de segurança em geral. “Conhecendo essa realidade e em contato com colegas dessas instituições e demais serviços relacionados à atividade pré-hospitalar, percebi grandes dificuldades nessa pandemia, pelas incertezas envolvidas e falta de protocolos assertivos”, afirma Keyla.
A pesquisadora ressalta ainda a preocupação desses profissionais com a garantia da segurança de familiares, especialmente daqueles que convivem com idosos e crianças. O projeto objetiva analisar os desafios e as contribuições deste grupo profissional que atua no serviço pré-hospitalar móvel no atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19 nas diferentes regiões do país. “Considero fundamental discutir medidas contemporâneas, tendências e desafios para o cuidado de enfermagem em serviços de emergência pré-hospitalar móvel neste momento, uma vez que tal discussão contribui para o fortalecimento das práxis em saúde e em enfermagem” afirma Keyla, professora responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva com abordagem quantitativa, por meio de amostra de estudo composta por profissionais de Saúde com experiência assistencial durante o período de pandemia – médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e socorrista do serviço de atendimento pré-hospitalar móvel -, contando com colaborações de instituições públicas e privadas. A coleta dos dados foi dividida em cinco eixos: (1) prática profissional, (2) equipamento de proteção individual, (3) desinfecção de materiais e equipamentos, (4) vivências e relações interpessoais e (5) treinamento para atuação durante a pandemia.
De acordo com Keyla, espera-se com este projeto se destacar as contribuições e iniciativas que profissionais do serviço pré-hospitalar móvel desempenham, seja na segurança do paciente como também daquele que está na linha de frente. E, com base nisso, evidenciar a discussão e o desenvolvimento de medidas para financiar a criação de protocolos que contribuam com a segurança do exercício profissional, conhecendo a realidade vivenciada pelos profissionais da assistência pré-hospitalar móvel durante a pandemia e compreendendo quais desafios suscitam situações de sofrimento e/ou adoecimento.
A iniciativa busca, ainda, alcançar instâncias governamentais, gestores e profissionais que atuam no atendimento pré-hospitalar, além da comunidade acadêmica, localizando dificuldades a serem trabalhadas para minimizar os impactos negativos da pandemia na saúde dos profissionais e prepará-los para situações futuras.
Material elaborado por: Hillary Marcos/Estagiária de Jornalismo/UFSC